Nos últimos anos, a grande aposta para a indústria do entretenimento é a nuvem: servidores de conteúdo descentralizados que oferecem serviços por meio de uma conexão de internet. No campo do cinema e das séries de TV, o Netflix reina com folga e você mesmo deve ter uma conta por lá (ou usa a conta de alguém). Na CES 2014, a Sony anunciou o PlayStation Now, serviço de streaming de jogos que pode revolucionar a relação que temos com os jogos.

Essa não é a primeira vez que alguém aposta nisso. O próprio projeto da Sony é um novo nome para o Gaikai, serviço de streaming que a gigante japonesa comprou por US$ 380 milhões. Mas nunca antes a tecnologia teve um apoio de uma empresa tão grande e com um escopo tão ambicioso. O Xbox One, da Microsoft, por exemplo, alardeava que algumas funções de processamento seriam facilitadas pela nuvem, permitindo jogos mais complexos em um sistema relativamente inferior.

O serviço da Sony impressionou sites como o The Verge na demonstração da CES, com jogos de PlayStation 3 rodando com pouca latência até mesmo em um PS Vita. No PlayStation 4, o serviço ganha outros contornos: é uma forma da empresa de construir um sistema de compatibilidade do sistema atual com o PS3. E nos planos da empresa, estão até possibilidades de expandir para outros dispositivos móveis, como tablets e smartphones.

No entanto, algumas dúvidas cercam o serviço, planejado para ainda este ano nos EUA. O grande empecilho de todo sistema de nuvem é garantir uma jogabilidade fluida em diferentes velocidades de conexão, sem o risco de picos de latência arruinarem a experiência, com o jogador apertando um comando e vendo o resultado na tela preciosos segundos depois. Com uma alta demanda, o serviço pode ficar sobrecarregado com facilidade e todo o sistema pode ir abaixo. A Sony garante que tem servidores estrategicamente posicionados e está preparada, mas ainda é distante sonhar com isso no Brasil, com a instabilidade da internet por aqui e o desinteresse da Sony com o mercado nacional.

Outra dúvida cerca a questão do pagamento. Pelo que a Sony indicou, você não vira dono de nenhum jogo no PlayStation Now. Em vez disso, os jogadores vão pagar algum tipo de mensalidade ou até mesmo o aluguel de jogos. A empresa, no entanto, não revelou preços ou programas de pagamento.

De qualquer forma, mesmo que nós brasileiros estejamos na periferia dos projetos da Sony, se o serviço funcionar, pode se tornar uma nova página na evolução dos consoles e um elemento decisivo no sucesso do PS4. É aguardar para ver e esperar que não tenhamos muito lag.